quarta-feira, 29 de março de 2017

Falando a minha geração



O que temíamos nos sobreveio, não e de hoje que analises em torno da realidade da igreja evangélica brasileira vem nos mostrando os rumos preocupantes que estamos tomando, parece-me que não aprendemos com o que aconteceu a igreja na Europa e América do Norte. A invasão desta cultura relativista com uma ética flácida e condicionada as situações, e uma realidade cada vez mais presente na mentalidade dos cristãos modernos.
 Estamos importando o pensamento de uma sociedade morta em seus delitos e pecados, como se o mundo fosse nossa matriz de referência. Em nome do politicamente correto, temos medo de dizer que cremos em valores absolutos, que incomodam os ouvidos dessa geração. Alguns estão aderindo a esta cosmovisão (maneira subjetiva de enxergar o mundo), por conveniência, em nome de um Deus que ama a todos, entregamo-nos a um estilo de vida pautada por aquilo que “nos faz feliz”, rejeitando qualquer tipo de regra moral.
A minha geração está doente!
 Charles Swindoll em seu livro, “A igreja desviada”, falando sobre pós-modernismo disse que;
“...seu desejo consiste em destruir todo critério moral e substituir por critério nenhum. Ele deseja um mundo onde tudo e relativo, onde não existe nenhuma verdade e a única realidade e a percepção.
Considerando que a verdade eterna de Deus não tem lugar em mundo nesses moldes, temos observado, a partir da ascensão do pós-modernismo, um equivalente declínio do conhecimento bíblico. Lembro-me da fala de um amigo, citando Billy Graham em um diálogo, ouviu de sua esposa; “Se Deus não castigar os Estados Unidos (esta geração), Ele terá de pedir perdão para Sodoma e Gomorra
...que Deus tenha misericórdia da minha geração!!!



quarta-feira, 4 de maio de 2016

A verdade absoluta e o "politicamente correto"


Tornou-se lugar comum falar-se em “politicamente correto” sobre quase todas as coisas. O “politicamente correto” passou a ser medida para rotular condutas, pessoas e posições individuais diante da vida e da sociedade. Se tais coisas não se amoldarem ao chamado “politicamente correto” são consideradas abomináveis, sem maiores explicações, muito menos no uso do senso crítico.
Essa postura e simplesmente reflexo da mentalidade pluralista e relativista do homem contemporâneo, que considera ofensivo todo confronto de ideias, e o que se prega e que devemos aceitar tudo o que se diz e faz, sem pronunciar qualquer juízo de valor que seja contrário.
O problema do discurso “politicamente correto”, são seus pressupostos. Para aderir a essa ideologia, e preciso necessariamente acreditar no todo que ela representa, abraçando uma ética flácida e situacional, sem convicções firmes, em nome do novo conceito de tolerância.
O Rev. Ricardo Barbosa, citando o sociólogo francês Gilles Lipovetsky, em seu livro “A sociedade Pós-Moralista”, descreve assim a tolerância na cultura moderna; “A tolerância adquire uma maior fundamentação social não tanto pelo fortalecimento da compreensão dos deveres de cada um perante o próximo, mas em razão de uma nova dimensão cultural que rejeita os grandes projetos coletivos, exaurindo de sentido o moralismo autoritário, diluindo o conteúdo das discussões ideológicas, politicas e religiosas de toda a conotação de valor absoluto, orientando cada vez mais os indivíduos rumo a sua própria meta de realização pessoal”. Ou seja, a ausência de uma consciência coletiva, a rejeição a qualquer verdade que seja absoluta e a busca pela realização pessoal geram uma forma perigosa de tolerância.
Entretanto, o perigo da rejeição a uma verdade absoluta esta no fato de que ser tolerante hoje implica, necessariamente, não julgar, não ter mais critérios que separem o bem do mal, o justo do injusto; e, uma vez que não julgamos mais, (em nome do politicamente correto) poucas coisas nos chocam ou abalam e, quando o fazem, e por pouco tempo. O perigo e passar a viver num estado de normalidade de paz frágil, de tranquilidade tão relativa quanto os valores da sociedade contemporânea.
A questão central do assunto, e que, a base da ética e da moral cristã estão ancoradas em verdades absolutas sobre as quais não se encaixam tal discurso. Aceitar o confronto e uma virtude que nos ajuda a reconhecer nosso erros, limitações, faltas e pecados porque ainda somos capazes de perceber que existe algo melhor, mais belo, mais nobre, mais justo, mais santo. E por isso que o caminho para o crescimento e amadurecimento passa pela capacidade de sermos confrontados diante de tudo que compromete a justiça e a santidade.


sábado, 23 de abril de 2016

Igreja, ser e pertencer

O que dizer dessa geração, que cada vez mais baseia suas opiniões em conhecimento superficial? O irmão lê um parágrafo apenas de algum livro que trata dos problemas da igreja atual, segue páginas que somente criticam e apontam os erros do meio evangélico, e já se sente gabaritado para reivindicar a verdade em publico, sentindo-se o defensor do evangelho. Mal sabem eles que agindo assim estão militando a própria causa, e não a causa do Reino, pois a verdade de Deus é completa, ela sempre vem acompanhada de sabedoria, amor e justiça, pra gerar crescimento, edificação, mas sendo desprovida dessas virtudes, a sua "verdade" se torna apenas mais uma crítica destrutiva que só gera contenda e divisão.


#peloverbo

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Elucubrações III

Quem pode conhecer o coração do homem?
 Davi disse: “Quem há que possa discernir as próprias faltas? Absolve-me das que me são ocultas” (Sl 19.12).
 Em outras palavras, nunca compreendemos quão profunda é a nossa pecaminosidade. Se o nosso perdão dependesse da plenitude de conhecimento de nossos pecados, todos pereceríamos. Ninguém conhece a extensão de sua pecaminosidade. É mais profunda do que podemos sondar.
 A conclusão é que, não sabemos a extensão nem a profundidade do nosso estado. Porém, a Bíblia tem uma resposta clara e profunda para o estado da alma do pecador.
Em Efésios 2, por duas vezes, nos versículos 1 e 5, Paulo disse que estamos mortos em nossos delitos;
“Ele vos deu vida, estando nós mortos em nossos delitos e pecados” (v. 1);
“Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)”, (v.4-5).
E a solução para tal condição é apresentada no versículo 5:
Deus nos deu vida!
 Jamais experimentaremos a plenitude da grandeza do amor de Deus por nós, se não virmos o seu amor em relação ao estado de morte que estávamos antes. A grandeza do amor de Deus por nós esta demonstrado exatamente nisso:
 Ele nos tornou vivos quando estávamos mortos. Devido ao seu grande amor por nós, Ele nos deu vida.
 É Deus quem sempre toma a iniciativa. A primeira palavra é sempre Dele. Toda religião que tenta estabelecer uma via de mão única do homem em direção a Deus, fracassa. Sempre que acharmos que a primeira palavra, o primeiro gesto, a primeira iniciativa é nossa, perderemos de vista a natureza da graça e do amor de Deus.
 O aposto João afirma que nós o amamos, porque ele tomou a iniciativa de nos amar. O amor de Deus não nasce como uma resposta a algo que tenhamos feito, dito ou imaginado, porque estávamos mortos. Ele não esperou por uma motivação que o despertasse para um sentimento reservado somente para aqueles que fizessem por merecê-lo.
Ele amou primeiro!
 Amar primeiro é o testemunho da graça de Deus, a afirmação de que Deus cria, redimi, perdoa, restaura e salva.
 A verdade é que no começo tínhamos uma boa natureza, depois pecamos e herdamos uma natureza má. Isso é o que somos. Nossa natureza é egoísta, centrada em si mesma – “Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)”.

Pastor Jhônatas Soares.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Elucubrações - II

Ter consciência dos nossos limites, reconhecer que somos seres finitos, é um passo importantíssimo no caminho da valorização de nossa história.
Para aqueles que professam a fé cristã, a esperança esta ancorada na certeza de que, a vida no aqui, e, no agora, não é um fim em si mesma, mas um estado transitório.
Porém no aqui, e, no agora, temos o desafio de descobrir uma vida que vale a pena ser vivida. Alguém disse que a única coisa que se recusa ser sepultado com um homem é a sua história. O nosso pastor, Antônio Dionízio disse certa vez que; “O acumulo de riquezas pode até gerar conflitos familiares na divisão de bens, mas, a construção de um legado trará benefícios a todos os envolvidos”.
Uma vida que vale a pena ser vivida é uma vida que tem o Senhor Jesus como o centro de tudo, o que é um enorme desafio. A terra é, em geral, propriedade dos valentes, dos arrogantes. Há uma necessidade no homem moderno em provar aos outros que são fortes.
Mas do que adianta conquistar a terra sem Deus? Moisés disse; “Se a sua presença não for conosco, não nos faça subir daqui”.
Qual o proveito de conquistar espaços geográficos se não se conquistou ainda o terreno da própria intimidade pessoal com Deus, tranquilidade do coração, ou a segurança gerada pela certeza de uma identidade gerada na intimidade com o Criador.
O Rev. R. B. faz uma leitura sobre a necessidade que temos de um centro orientador, em outras palavras, um propósito pelo qual valha a pena viver. Sobre isso ele diz;
“Necessitamos hoje , mais do que em qualquer outro período da história, de um centro orientador, de um eixo que nos liberte de uma vida manipulada e manipuladora, buscando uma satisfação que logo é interrompida pela desilusão e desapontamento”.
O povo de Israel todas as vezes que se afastava do seu Centro, buscando sentido para a vida indo atrás de outros deuses, construindo altares a Baal em todo monte e debaixo de toda árvore, cedo ou tarde descobriam a enorme frustração e o grande vazio de uma vida entregue aos apelos de outras nações e da moda de outros povos.
Engajar-se numa vida que tem Jesus como centro, implica em caminhar com um propósito, é estabelecer um trono no centro de nossas vidas, e reconhecer que aquele que encontra-se assentado nele não é apenas um personagem dominical, mas, a real razão pela qual se vale a pena viver e morrer – Jesus.
Diante de uma geração obcecada pelo ter, onde o estereótipo é mais valorizado que o estado interior, “SER”, não é o bastante. Porém o desafio é exatamente esse, não ser lembrado somente pelo que você fez, mas por quem você foi.
O Ser esta acima do Ter e do Fazer.
Lembro-me agora de uma pergunta feita por um professor; “Se você não existisse que falta você faria?”.
A tragédia na vida não é a morte. Mas a grande tragédia na vida é uma vida sem propósito. (Myles Munroe).

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Elucubrações - I

Loucura ou Realidade?


Estamos aqui para revelar a justiça do reino de Deus, ou na linguagem mais usada pelos teólogos contemporâneos, “a igreja sinaliza o reino”.

Uma verdade tão clara e necessária deveria estar intrínseca nas nossas mentes, e ser algo que incendiasse o nosso coração, motivando-nos a caminhar nesses trilhos.

A realidade em evidencia não aponta para esse caminho. Até porque, sinalizar o reino é algo completamente oposto a aquilo que o nosso coração deseja, queremos sucesso, reconhecimento pessoal, rejeitamos a ideia de uma fé que seja compatível com o sofrimento, martírio. A avalanche de músicas gospel que apontam um estereótipo religioso superficial e sujo.

Buscamos a qualquer preço o topo da colina, talvez para alimentar a voz egocêntrica do nosso ser, desejo esse que todos nós temos. Não sou hipócrita, todo homem deseja isso, o problema esta em quem alimenta este desejo, e quando isso passa ser o centro das nossas ações, a mola motora da razão da nossa existência.

O caminho de volta para Deus, é um caminho de auto aniquilação, sujeição ao seu senhorio, reordenação dos nossos desejos, sentimentos e vontade.

Fico com uma fala de Gregório;
O grande problema é quando desprezamos a adversidade e supervalorizamos o sucesso.
Relativize a adversidade e temam o sucesso.
O sucesso é o problema.
Pr. Jhônatas Soares.

segunda-feira, 17 de março de 2014

O ministro e o habito da leitura



Tão importante quanto à dedicação à leitura, são as razões que me levam a dedicar-me a essa sublime e prazerosa tarefa.
 Confesso que tenho notado um interesse mais agudo na leitura da bíblia e de literaturas diversas por boa parte dos pregadores modernos, e para não entrar nos corredores sombrios do pessimismo, considero isso um avanço, porém a crise ainda é uma realidade, estamos vendo um empobrecimento nos púlpitos.
 O problema em questão, esta nas minhas motivações, ler o texto sacro para extrair sermões não é atitude de alguém que valoriza mais a sua transformação interior. Pregadores que preparam a cabeça, mas não o coração. Bem afirmou o Rev. John Stott;
 “A pratica da pregação jamais pode ser divorciada da pessoa do pregador”.
 A leitura tem que desafiar a mim mesmo, antes de desafiar a outros, envolve um processo de humildade, pois preciso reconhecer a necessidade que tenho de rever meus conceitos, valores, etc. É bem conhecido o que disse Stanley Jones:
“O maior inimigo do cristianismo não é o anticristianismo, mas o subcristianismo”.
 Um ministro indisposto a viver essa transformação representa um perigo maior para a igreja do que falsos profetas e falsas filosofias.
Fé pregada deve ser fé vivida.
Termino com uma citação do Rev. H.D.L. de E. M. Bounds:
“O homem, o homem por inteiro está atrás do sermão. Pregação não é a atuação de uma hora. Pelo contrário, é o produto de uma vida. Levam-se vinte anos para fazer um sermão, porque gastam-se vinte anos para fazer um homem. O verdadeiro sermão é algo vivo”.
O sermão cresce, porque o homem o homem cresce.
O sermão é vigoroso, porque o homem é vigoroso.
O sermão é santo, porque o homem é santo.
O Sermão é cheio da unção divina, porque o homem é cheio da unção divina.
Pr Jhonatas Soares

Falando a minha geração

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